CEPA ROMANO OU CESAR NOIR

Publicado el 02 febrero 2018 Por Alvaro Tello y Mariana Martínez. Traducción: Artur Tremper Farias.

O pesquisador ALVARO TELLO desvenda como foi que a cepa ROMANO apareceu “misturada” com outras cepas nos vinhedos no Chile e MARIANA MARTINEZ apresenta a 2ª safra dessa cepa pelas mãos da vinícola Casa Donoso. 

ROMANO O CESAR NOIR  – DE BORGOÑA AO MAULE (sul Chile)

Em 1998, o ampelógrafo Jean Michael Bourisquot, começou suas viagens de pesquisas à vinhedos no Chile, que culmiou com a grande redescoberta da cepa Carmenere junto as plantas de Merlot, um fato importante e transformador da viticultura chilena.

Devido a importância desse fato, uma outra descoberta ficou a margem dos “holofotes”: a indentificacao da cepa ROMANO (ou Cesar Noir) no vinhedo La Oriental, de propriedade da vinícola Casa Donoso, na cidade de Talca (450 km ao sul do Santiago).

Junto com o enólogo Felie Ortiz, Jean MIcheal Bourisquot descobre que alguns quarteis de Cabernet Sauvignon, Malbec e Pais, se encontrava a variedade ROMANO.

ROMANO, reconhecido na Franca como Cesar Noir, se desenvolveu principalmente no nordeste de Borgonha, na região de Yonne, cultivados na proximidade das cidades Auxerre e especialmente em Saint-Bris, Le Vineux, Irancy e numa pequena parcela de Chablis.

Apesar da pouca literatura existente na Europa e America do Sul, sua pouca documentação consegue apresentar que essa variedade passou por uma grande quantidade de complicações, como o ataque da Filoxera, em Borgonha em 1878. Logo, sofreu a praga do mofo e infecções pelas chuvas de 1910 e, durante a 1ª Guerra Mundial, sofreu impactos pelas mortes de muitos produtores de Irancy.

Depois de tudo isso, a área cultivada de Cesar Noir caiu para somente 20 hectares, iniciando posteriormente um processo porta-inchertos em vides americanas, finalizando sua “restituição” completa ao final da 2ª Guerra Mundial. Apesar dessa restituição, décadas mais tarde, a variedade continuou sua redução depois das regulações e reconhecimentos da AOC Bourgogne-côte-d’Auxerre (1993), AOC Irancy (1998) y AOC Saint-Bris (2003), as quais permitiram que somente 10% de Cesar Noir pudesse ser incorporado junto as mesclas de Pinot Noir.

Os vinhos mono varietais de Cesar Noir ou Romano são muito escassos, sendo encontrados no portfolio dos produtores Julien Esclavy, de Cave de La Tourelle y Pascal Sorin, de Domaine Sorin Coquard.

EL ROMANO EN CHILE (Por Alvaro Tello) 

No Chile, a historia da variedade ROMANO tem altos e baixos. Manuel Rojas, no seu livro “Manual de Viticultura e Vinificacao” (1901 até a ultima edição em 1950), conta que existiram mais de 573.000 plantas de Romano, maioritariamente plantados em San Felipe, na Vinicola Panquehue, do produtor Andres Franceschini (em 1901, era a maior vinícola do Chile) e também na vinícola Majuelo, de propriedade de Eduardo Delano.

Alvaro Tello também encontrou documentação sobre essa variedade, nos registros de Quinta Normal de Agricultura, onde o técnico francês Rene Le Feuvre, identifica o “Romain” ( sinônimo de Cesar Noir em Auxerre), plantados juntos a Pinot Noir.

Em 1919, a vinícola Santa Carolina, indica no mapeamento do vinhedo Santa Elena ( o que atualmente é a Av Maraton, Quilin e Rodrigo de Araya, em Santiago), que existem 3 quarteis de Romano.

Outra parte interessante da historia remete ao ano 1916, especificamente num leilão publico da Chácara Benitez, localizada em Puente Alto, ao lado dos vinhedos da Concha y Toro. O inventario dessa chácara constava as variedades Cabernet Sauvignon, Cot (Malbec) e Romano. O vinho feito era um “field blend”, um padrão econômico e pratico de plantação, trazido pelos franceses posterior a 1850. O interessante desse processo, é que os vinhos não eram mesclados em bodega e sim no vinhedo, ou seja, as diferentes variedades eram plantadas e colhidas juntas, sendo co-fermentadas na bodega.

Para finalizar a historia, Felipe Ortiz (enólogo da Vinicola Casa Donoso), conta que no campo chamado La Oriental, existe Romano plantado com a técnica de “field blend” (plantados em 1937 por Rene e Jose Cetty, pai e filho da familia Dusailant), onde atualmente extraem material e “mudas” ( ???)  de Romano para sua reprodução.

Alexandre Dusailant, técnico francês, foi um dos precursores da proliferação do cultivo na 17ª região ( ???), o cual foi reconhecido no inicio do século passado pelos seus vinhos “tipo bordoles” ou “tipo borgonhês”, com etiquetas Vina Casablanca, onde por suposto, incluía a variedade Romano.

DEL VIÑEDO A LA COPA, 1ER ROMANO CHILENO (Por Mariana Martínez)

 

En enero del 2018, Felipe Ortiz apresentou en Santiago  a 2ª safra da variedade ROMANO produzida pela vinícola Casa Donoso, com uvas provenientes do campo La Oriental no Valle Maule (historia relatada anteriormente por Alvaro Tello).

Nessa apresentação, conhecemos “2 Romanos diferentes”, ambos safra 2017: um rosé e um tinto, que dá sequencia à safra 2015). Devido as chuvas que caíram em abril/16, a qualidade da uva não permitiu a vinificação de qualidade para ter a Safra 2016.

Ortiz explica que o Rosé passou por 3 meses em barricas francesas usadas, onde buscou produzir um estilo de rosé mais leve para beber no verão, e provavelmente seja o único rosé dessa cepa no mundo.

Já com o tinto Sucessor El Romano safra 2017, se buscou encontrar um caracter dessa cepa que pouco ou praticamente não se conhece no Chile. Comparando com a safra 2015, onde tinha 15% de Carignan (para dar mais potencia e um final longo), a safra 2017 tem 10% de Carmenere, além de reduzir o a guarda em barrica de 100% (safra 2015) para 60% (safra 2017), tendo os outros 40% vinificados em ânforas de barro espanholas novas.

O valor de mercado do Romano Rosé é  $ 12.900 pesos chilenos (aprox R$ 80,00)  e o tinto $ 18.900 pesos chilenos (aprox R$ 100,00). Segundo a avaliação da Sommelier Mariana Martinez, editora do WIP, a safra 2017 é muito mais interessante que a 2015, muito mais frutado e fresco que seu antecessor, com aromas de frutas negras e violetas, e em boca suave e equilibrado (oposto ao 2015).

O enólogo Felipe Ortiz explica que os taninos de Romano é selvagem, “difícil de domar”, o que nos leva a concluir que a safra 2017 foi realmente “domada”.

Outras vinícolas que deverão lancar em breve vinhos da cepa Romano são: Santa Carolina, Terranoble e Terramater.

 

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