CACHAPOAL EN TRES TEMPOS

Publicado el 15 marzo 2018 Por Mariana Martinez @mymentrecopas Traducción: Artur Tremper Farias.

Percorremos o Valle Cachapoal de norte a sul através de 3 produtores do MOVI. Cada um com seu estilo particular, é termômetro do que está acontecendo na indústria vitivinícola do Chile atualmente.  O favorito da Mariana Martinez foi o Aluvion (Lagar de Bezana), enquanto que para Artur Farias foram os vinhos: Trabun Malbec e o Tringario Petit Verdot.

Fazia algum tempo que não visitávamos o lado Oeste do Valle de Cachapoal, e nessa oportunidade, visitamos pequenos projetos: um deles que já conta com mais de uma década de produção em Cachapoal e que foram um dos fundadores do MOVI. Por outro lado, visitamos a mais recente vinícola incorporada a esse movimento e que está dando muito que falar com seus vinhos de pequena escala. As 3 vinicolas visitadas foram:

– LAGAR: sob nova gestão

– TRABUN: família cada vez maior

– TRINGARIO: a caçula do MOVI – 35ª vinícola do grupo

Compartilhamos com vocês tudo o que aprendemos, vimos e provamos em cada uma delas!

 

PRIMERA PARADA: A NOVA LAGAR  (Codegua, Entre Cordilleras

Foi complicado chegar a Lagar devido as obras nos acessos de transito do pequeno povoado de Codega, complicado como os últimos anos de incerteza que viveram os seus donos, a família Bezanilla, a qual colocou à venda seu projeto fundado nos anos 90.

Durante esse processo de não ter claro o futuro, o enólogo chileno-holandes Meinard Jan Bloem decidiu seguir sua carreira no Valle de Casablanca, onde tomou a direção enológica da Casas del Bosque. Em substituição a Meinard, chegou a Lagar o chileno Benjamin Leiva, (sempre com a gestão da sócia Daniela Rojas, que ainda segue posterior a venda) junto com a compra da vinícola pelo empresário exportador de algas do norte do Chile, Sr. Rene Piantini.

Graças a mudança de proprietários, Benjamin conta que estão investindo em melhoras na operação do vinhedo, que conta com 50 hectares, das quais somente 15% da produção vão para a produção própria da Lagar. A maioria da produção de uvas, são vendidas a outros produtores.

Benjamin Leiva pode não ser um nome tão conhecido, mas leva quase uma década (a maioria fora do Chile), fazendo colheitas, e também fazendo cervejas artesanais em Arica (norte do Chile).

Logo poderemos provar suas ideias e novos projetos, já engarrafados com rótulos de Lagar, com menos madeira e uvas colhidas mais cedo, produzindo vinhos graduação alcoólica menores.

Iniciamos a cata pelo Rosado 2017, um blend de Cabernet Sauvignon e Syrah, guardando em barricas por apenas dois meses. Um belo rose de ótimo custo benefício ( $ 5.300 pesos chilenos – aprox. R$ 28,00), para curtir junto com pratos leves de verão, com sua acidez equilibrada, ainda que se sente um elevado nível de álcool.

Seguimos com dois Cabernet Sauvignon 2015 (que é a variedade mais plantada: 75% do campo), feitos com estilos opostos: com e sem madeira! Ambos têm o mesmo valor ($ 6.500 pesos chilenos = R$ 35,00) e permite ao consumidor escolher o que mais lhe agrada. É uma experiência muito interessante e não muito comum de encontrar. Tanto para Mariana como para Artur, o preferido foi a opção sem madeira, chamado Unoak: muito mais fresco e com frutas negras mais radiantes. Obviamente o consumidor que prefere a madeira, com sua doçura e estrutura, vai preferir o outro CS.

O seguinte vinho que provamos foi o conhecido blend Aluvión 2014 ($14.000 pesos chilenos = R$ 90,00), nosso favorito dessa vinícola e imperdível, não somente porque é uma maravilha, mas também por contar com vinhos feitos para guardar e desfrutar sua evolução em garrafa. A safra degustada foi feita com 65% Syrah, 20% Cabernet Sauvignon, 5% Carmenère e 1% Petit Verdot, guardados em grandes barricas com capacidade para 600 litros.

Gostamos muito da força de seus taninos, e ao mesmo tempo, como envolve o paladar com uma sensação cremosa e amigável. Em nariz se sente a madeira, mas também frutas negras frescas, devido ao clima mais frio das tardes e noites de verão, comparado com outras partes de Colchagua mais central.

Continuando a cata, chegamos aos dois blends bem especiais: GSM (Garnacha, Syrah e Mouvedre) e MCT (Malbec, Carmenere e Tannat). Importante mencionar que Lagar de Bezana foi a 1ª vinícola chilena a produzir essa famosa mescla mediterrânea (o GSM) e a única a produzir MCT.

O GSM era da safra 2014, bastante suave e leve, muito envolvente como o Aluvion. Já o MCT era da safra 2015, muito mais potente e forte, com presença de frutas negras e madeira. Conclusão: guardaria o MCT por alguns anos mais, para desfrutar com um Javali.

Para finalizar, percorremos as salas de barricas e provamos algumas preciosidades, como Tannat (uva emblemática do Uruguai, pouco encontrada no Chile). Está uma delicia! Tomara que tenhamos a oportunidade de ter esse vinho engarrafado 100% Tannat. Provamos também um belo Carmenere, Petit Verdot, Garnacha, Malbec, Mouvedre e um Cabernet Sauvignon especular.

Benjamin tem um belo desafio: decidir o que e como engarrafar! Juntos ou separados? Os “ingredientes” são da melhor qualidade e sabemos que seguramente teremos ótimos vinhos da Lagar por um bom tempo!

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